quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

elas dão-me cabo da cabeça...
é o descanso que não chega e a agonia que me persegue...

na verdade, não são elas. és tu!


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

o toque de midas...


foda-se.

nem as plantas me resistem...

mas não daquela forma engraçada de dizer que sou um sujeito interessante.

é mais daquela forma de "ah, tu és uma merda tão grande que nem o cacto sobreviveu à tua falta de atenção.

foda-se, pá... era um cacto..."

pronto, e quem diz o cacto, também pode dizer o coelho, o gato, a cadela, o cão, o gato da vizinha... hmm... esperem... o gato da vizinha é capaz de ter sido de propósito.


sim... retiremos o gato da vizinha.


eu sou o homem com um dom. ou isso, ou uma maldição.

é capaz de ser uma maldição.

mas é uma maldição daquelas bem merdosas.

enfim.


tudo em que toco transforma-se numa valente merda.


espera, agora que me lembro, até não é assim tão mau.


pronto, a clarificar.


todos me encontram e em acham o máximo. um gajo fica a pensar "bolas, eu sou mesmo bom" e a verdade é que até sou... por uns tempos.


depois, vem as chatices. não sei bem porquê, começo a deixar de ouvir, a fazer o que quero e, por muito boa pessoa que eu tente ser, pá, fodeu-se tudo.


mas, de facto, não é assim tão mau. quer dizer, as pessoas até podem pensar que eu lhes falho, que não tenho qualquer tipo de consideração por elas e que mal é que eles podem ter feito a deus para apanharem com uma figura como eu.

agora, imaginem a desgraça daquelas que se apaixonam por mim.

aí sim, é o inferno na terra.

mas descansem.

está tudo bem. olhando um bocadinho em retrospectiva, talvez as outras pessoas até nem reparem, mas eu só tenho o toque de midas invertido no ínicio.

acreditem, se eu vos deixar completamente na merda, isso é uma boa noticia. quer dizer que algo de muito bom vos vai acontecer.

os outros só acham que é muito mau eu falhar com eles porque não entendem a beleza dos acontecimentos subsequentes.

olhando para trás, começo a ver que, pá, uma miuda que deixei na merda, neste momento, está casada, ou se não está, está para breve.

outra a quem deixem na merda, conheceu o amor da vida dela e estão felizes a pensar em quantos filhinhos irão ter. já andam a fazer estes planos há para aí uns dois anos.

e por aí adiante.

de facto, se vocês perguntarem a essas, ou outras pessoas que tiveram á infelicidade de entrar na minha vida, eu tê-las deixado na merda foi a melhor coisa que lhes podia ter acontecido.


assim, eu até posso falhar, até posso ter esse toquezinho, mas acreditem, só dói no ínicio...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

"jc, the panties' man..."

estou lançado.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

como realmente deveriam ter acabado...

mostro-vos aqui alguns fins alternativos para alguns filmes que geraram milhões mas que, poderiam ter acabado de uma forma tão mais simples:

Spider-man 3



Senhor dos Anéis



Piratas das Caraíbas: o Cofre do Homem Morto



Braveheart

domingo, 29 de junho de 2008

vá, qual é a sensação?...

bem, uma vez que me tem feito esta pergunta algumas vezes, eu devo avisar-vos queá resposta é diferente de acordo com as alturas.
assim, aqui ficam as respostas:

duas horas depois de o ser: " apetece-me mijar contra a parede".

dia seguinte: "é uma ressaca descomunal"

no dia a seguir: " não é nada de especial. o gajo que trabalho no mac, também é..."

a seguir a esse dia: "para lá com isso que já chateia..."

quarta-feira, 25 de junho de 2008

acabou.
ficam o sofrimento de cinco anos. ficam as desilusões, ficam os traumas, ficam os problemas.
fica lá tudo, juntamente com a minha meninice.
agora, é altura de ir para outros voos, outros sentimentos, outra vida.
não é um corte, mas não me vou esquecer daquele sítio, nem das risos, nem muito menos das desilusões.
foram cinco anos de uma maravilhoso prazer doloroso em que tanto fui o rei do mundo como o seu mais reles escravo.
acabou, agora, é altura de sair e...desaparecer...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Paralisação dos camionistas pode estender-se a outros sectores



11 Junho, 2008 - 16:22

A paralisação dos camionistas está a suscitar também noutros sectores algumas reivindicações, como é o caso da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) e a Confederação da Agricultura Portuguesa (CAP).A FECTRANS quer um aumento dos salários e uma diminuição do ritmo de trabalho, dizendo que «não existe greve mas que não há uma solução no sector do transporte de mercadorias sem resposta aos problemas dos trabalhadores».
Os sindicalistas pretendem uma audiência «urgente» com o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, acrescentando que o Contrato Colectivo não é revisto há 11 anos por boicote dos patrões que agora protestam.
Também os agricultores ponderam juntar-se às reivindicações dos camionistas, ou seja, gasóleo profissional ao preço de Espanha, noticia a SIC.
A Comissão Europeia apresentou uma série de medidas que visam fazer face ao aumento dos preços dos combustíveis, entre as quais que os 27 Estados-membros possam conceder ajudas específicas, no entanto, com a condição de serem de carácter temporário e não provocarem alterações no mercado.




Pudera, com os postos de abastecimento vazios, não admira que todos esses sectores parem.

Agora lembrem-se que não é por solidariedade. É porque não tem gasóleo para trabalhar...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

domingo, 1 de junho de 2008

outra crónica do filho-da-puta...


quando eu pensava que já sabia tudo acerca de ser um filho-da-puta, eis que tem de vir alguém ainda mais experiente e dar uma nova lição.

é que eu fico mesmo espantado com a filha-da-putice que por aí anda.

ontem, aprendi que, para um filho-da-puta, tudo é mesmo possível. de facto, o mundo é mesmo dos filhos-da-puta.

assim, aprendi que, mesmo que tenhamos nadado por umas largas dezenas de quilómetros, ou milhas marítimas, mesmo depois de termos chegado à praia e sentir-mos terra firme, isso não constitui entrave para o verdadeiro filho-da-puta. sim, porque este consegue, efectivamente, puxar-nos de novo lá para dentro e afogar-nos.

a única coisa que o filho-da-puta precisa é que ainda não estejamos completamente secos.

enquanto isso não acontecer, não estamos a salvo.

bolas como eu fiquei a admirar o filho-da-puta...

é que nem eu conseguiria fazer melhor.

na verdade, nem sequer me lembraria que isso alguma vez seria possível.

há que admirá-los, a esses filhos-da-puta.

é que, cada vez mais, reparo: ser filho-da-puta é uma arte, e mesmo quando toda a gente pensa que é uma arte perdida, eis que vem um desses grandes filhos-da-puta e me devolve a esperança.

depois, para ser um verdadeiro filho-da-puta também não se depende apenas da nossa ausência de carisma pessoal.

pois é, meus amigos, para ser um filho-da-puta, também convém, se quisermos fazer as coisas como deve ser, ter uma licenciatura.

ora, neste ambito, digam o que disserem, a verdadeira licenciatura do filho-da-puta ainda é a de direito. perdoem-me os filhos-da-puta com licenciaturas em medicina, engenharias ou arquitectura, mas vocês são uns meninos...

se querem ser filhos-da-puta a sério, tirem uma licenciatura de direito. é que só essa vos traz bases suficientes e os ensinamentos necessários para conseguir enrabar quem quiserem a sangue frio e ainda vos agradecer por cima.

sim, porque filho-da-puta que é filho-da-puta enraba e ainda recebe uma oral no fim...

já agora, e como todos tem consciência da importância que é ter estudos neste mundo filho-da-puta, não pensem que as coisas terminam com a licenciatura.

se querem mesmo vencer na filha-da-putice, continuem os estudos. pá, tirem um mestrado.

contudo, se querem mesmo ser filhos-da-puta dignos de respeito, meus amigos, ai de vocês que não tirem o doutoramento.

é que vão ser olhados para toda a vida como filhos da puta de segunda, e não há nada pior que isso para um filho-da-puta esforçado.

acreditem, o doutoramento é passo que vos falta para vencer no mundo da filha-da-putice...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

amanhã, é para a desgraça.
amanhã, já não há frustrações, não há notas, não há provas.
quer dizer, amanhã, há mais que uma prova. há um desafio: aguentar a noite toda sem ir ao chão.
é amanhã que se celebra o fim, mesmo que ainda não tenho este chegado.
amanhã, vou ser feliz. quer dizer, vou ser extremamente feliz, mesmo que, depois, me sinta muito mal com isso.
estou-me a cagar para o sentir.me mal.
se é o fim, tenho direito a uma última refeição com os meus pares, assim como tenho direito a um último copo, ou melhor, a vários.
amanhã, vai ser muito bom.

sábado, 24 de maio de 2008

pensamento do dia

"Gostava de sacar tantas miúdas numa semana, como as vezes que a Galp aumenta o preço dos combústiveis..."

quinta-feira, 22 de maio de 2008

"- Queres fazer amor comigo?
- Estás parvo? Achas que isso se diz?
- Desculpa, tens razão. queres foder?
- Ah,... assim tudo bem! "

segunda-feira, 12 de maio de 2008

a receita


ele já estava farto daquela pieguice.

sempre a mesma merda, sempre a mesma música.

e o pior é que não conseguia calá-lo.

bem que tentava, mas não conseguia.

falava mais alto. nem as noites de garrafas atrás de garrafas pareciam surtir o efeito que ele procurava.

doía-lhe aquele órgão que não se calava.

sempre a pedinchar, sempre a sofrer.

então levantou-se e decidiu fazer alguma coisa. seria aquela a última noite em que iria sentir aquela dor.

recusava-se a senti-la, assim como se recusava a deixar-se vencer por ela.

dirigiu-se para a cozinha.

antes de mais, procurou a garrafa de whisky. afinal de contas, estas coisas não se fazem a frio.

encheu o copo e bebeu tudo de um só trago.

então, depois de ganha a coragem, abriu a gaveta, tirou a faca e espetou-a no peito.

rasgou a carne, para cima e para baixo para que ficasse um buraco bem grande.

então, enquanto rojava o sangue que lhe estava a sujar o chão e o balcão que há pouco tinha limpado, enfiou as mãos no peito até o agarrar.

aí, puxou com toda a sua força. já não lhe doía, mas estava preso.

estava, pois com o maior dos vigores, arrancou-o de uma só vez.

e depois de o arrancar, segurou-o bem acima do peito, olhando para ele, enquanto ainda batia.

não parava.

estava ele morto e também o devia estar aquele órgão inútil, mas não. ele continuava de pé e o seu coração nas suas mãos continuava a bater.

nem fora do seu corpo ele deixava de se lamentar.

tinha de se descartar dele. era a única forma de deixar o sentir, mas como?

iria enterrá-lo em algum lugar? iria guardá-lo numa qualquer arca?

então, e se ainda precisasse dele?

foi aí que ele o atirou para a frigideira.

deixou-o fritar em óleo, juntou-lhe cebola cortada, óregãos e um molhinho bechamel.

sentou-se na mesa, abriu uma garrafa de tinto e devorou-o.

afinal de contas, assim , não lhe voltaria a trazer problemas...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

citação do dia

"...são franzinas, meigas e delicadas, e apenas têm três defeitos: ruins filhas, ruins esposas e piores mães."

segunda-feira, 5 de maio de 2008

não sei o que hei-de pensar.
será que sim?
será que não?
não sei.
não sei o que significa, não sei o que querem dizer.
talvez vocês possam, mas eu não.
sei que fiquei a pensar nisso, embora não possa dizer que sei o que estou a pensar.
não sei. neste momento, tanta coisa me passa pela cabeça, e eu não sei o que é?
será que é aquilo que eu quero que seja?
será que é outra coisa?
não sei.
talvez venha a descobrir, talvez morra sem o saber.

terça-feira, 29 de abril de 2008

andanças na cozinha


ele queria impressionar.

nada melhor que cozinhar um bom jantar com as suas próprias mãos.

queria mostrar a sua perícia na cozinha e o seu talento ao fogão.

foi ao super-mercado e comprou tudo aquilo que ia precisar. já estava a imaginar a sua pose de conquistador quando o prato estivesse pronto e o quanto iria ser elogiado pelos seus dotes de culinária que ninguém sabia ainda existirem.

começou a cortar a cebola, bem cortadinha, tal como via a sua mãe fazer.

deitou-a no tacho e começa a fazer o refugado.

cortou a carne e banhou-a em vinha de alho para lhe dar aquele sabor que procurava, ao mesmo tempo que começou a fazer o puré.

decidiu a brir uma garrafa de tinto e beber um copo para apreciar o momento.

já estava a imaginar os efeitos que iam surtir quando lhe voltasse a apresentar aquele prato. era tiro e queda.

ninguém conseguia resistir a um homem que sabe cozinhar.

pôs tudo no tacho e começou a mexer. mais um gole de vinho porque se estava a sentir triunfal ao ver a carne a ficar tostadinha, tal como queria que ficasse.

no momento certo, deitu o molho feito à base de whisky e mais umas coisitas que eram um segredo só seu.

era brilhante, nada iria falhar.

ele estava pronto para saborear o seu jantar da vitória.

até pôs os bons talheres na mesa.

afinal de contas, um cozinhado tão especial não merecia ser saboreado no balcão da cozinha, como os outros todos.

aquele era especial, era o seu prémio, era a prova que também na cozinha ele conseguia triunfar.


sentou-se, encheu o copo e começou a saborear lentamente,


levantou-se, pegou no casaco e saiu.


foi jantar fora porque aquela merda estava intragável...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

vá, quem é que me rogou a praga?

domingo, 20 de abril de 2008


escorrega tão bem.

quase que dá para afogar as mágoas. quase que dá para esquecer a vida que temos, mas que não queriamos ter.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

vamos dançar à chuva????

segunda-feira, 14 de abril de 2008

a trabalheira que dá...



o mercado de usados é complicado.


todos queremos um carro novo, de preferência de gama alta, com estofos em cabedal, climatização, rádio xpto e coisas do género.


mas nem todos tem possibilidades de adquirir tal máquina, até porque, além de um carro novo, bem equipado, pouco poluente, com boas performances, também não queremos exactamente o novo clio, ou talvez ou 207.


acabamos sempre por sonhar com o novo S, ou talvez com um belo Carrera na nossa garagem.


ora, como nem todos conseguimos alcançar o poder económico para tal, lá temos que, se queremos aceder a uma gama mais alta, ao mercado de usados.


aí, já se vê de tudo e a todos os preços, mas não é só felicidade. traz logo as suas complicações.


bem, aí, sempre podemos alcançar um 206, semi-novo. é um carrito jeitoso, com boas curvas, que faz boa figura e os preços até não nos obrigam a correr.


é um carro jeitoso "para começar".


é claro que o 206 não é uma maravilha. até se comporta bem, mas tem motores fraquitos. económicos, mas fraquitos e a qualidade de construção tem muito para se lhe apontar. acaba por andar pouco, fazer muito ruído e acaba por ser pouco mais que um carro. depois, com a idade, vai perdendo o estilo.


quem diz um 206, diz toda a classe de citadinos.


nesta altura, nós queremos é algo superior.


é claro que, com o orçamento que temos, ou conseguimos a sorte grande e conseguimos um optimo negócio, ou temos que procurar por modelos mais antigos.


isso não nos chateia, de forma nenhuma.


um modelo mais antigo daquela classe tem sempre estilo e bons motores e, como sempre tem uma melhor qualidade geral, os ruídos nem se vão ouvindo.


são carros fiaveis e fazem-nos felizes. afinal de contas, quem é que não quer um Gilf, um A3, ou até pequeno Classe B.


é claro que, com a idade, após alguns quilómetros, a idade nota-se. começam a ouvir-se alguns barulhos, levamos ao mecânico, e pá, lá vai um radiador.


ou então o sistema electrico que precisa de ser substituído.


normalmente, tem mazelas pequeninas e precisam de alguma manutenção que, 20 euros aqui, 30 euros ali, e lá se vai uma pequena fortuna.


a isto acrecenta ainda o facto de, sendo modelos ,mais antigos, impõe-se um modelo a gasolina, para não ficarmos parados na estrada, e eles são gastadores.


assim, talvez fosse bem melhor comprar um desses citadinos novo em folha, a crédito. ao menos, por uns dois ou três anos, não temos grandes problemas com eles.


é claro que ainda há outros usados compráveis. são os classicos.


carros ainda mais antigos.


estes, tem duas categorias: aqueles que estão em melhor estado que carros acabados de sair do stand, que acabam por custar mais que um belo desportivo acabado de sair do stand, e os outros.


estes, são de outra gama, concerteza.


é a hipótese que muitos tem de, finalmente, comprarem um Mercedes, um BMW, ou até um Triumph.


são carros de outras eras e isso nota-se. normalmente, tem bastantes riscos na pintura e algumas batidas na chapa. os motores precisam de arranjo, os estofos estão rotos e, em relação ao comportamento, nem se compara a alguns carros já com os seus dez anos.


é claro que estes carros só tem duas espécies de donos.


o primeiro tipo é o típico gajo que não tem dinheiro para comprar um carro novo nem pouco mais ou menos. mas também se está a cagar para isso. vai comprar um carro velho e vai acabar por usá-lo até à sua morte porque não está interessado em arranjá-lo. usa até à morte.


depois, há aqueles que gostam mesmo desses carros antigos.


eles compram o carro. compraram barato, é certo, mas sabem que o carro, com todas aquelas mazelas, não lhes dá estilo nenhum.


também não é assim que o querem.


estes, compram o carro e sabem que o processo não acaba aí.


sabem que é preciso tratar a chapa, sabem que é preciso uma pintura nova e umas quantas peças que faziam falta.


estes homens acabam por gastar ainda mais dinheiro do que se comprassem um Mercedes novo, e tem muito mais trabalho pois tem de o recosntruir de forma praticamente integral.


sabem que demora tempo a fazer uma coisa destas. o próprio carro, se tivesse consciência, provavelmente nem entenderia aquela dedicação que lhe é devotada.


na verdade, nem o carro, nem ninguém.


mas estes homens gostam deste processo. para eles, é mais que ter um carro com estilo, é mais que arranjar o carro para andar. é amar o carro apesar da chapa batida e do motor que não funciona muito bem e trabalhar para o pôr novo outra vez.


serão loucos, ou apenas apaixonados?




(espero que tenham percebido a analogia)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

segunda-feira, 7 de abril de 2008

será que é assim tão fácil?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

uma boa tarde


ah, como o dia de hoje rendeu.

não fiz um corno.

ta,bém não parece que fosse preciso fazê-lo.

sentado na esplanada do bar, desde as 11:00 às 19:30.

oito horas e meia do mais puro fazer nenhum... e gostei.

não é que não tivesse feito nada. fiz. estive ao sol, estive à sombra, conversei com quem já não falava há muito tempo, o telefone tocou e atendi chamadas.

bebi cerveja... bebi muita cerveja. ri-me, contei anedotas, ouvi histórias e disse coisas sem sentido.

qual foi o objectivo desta tarde?

bem, para além de beber e de rir, não teve grande sentido. não era esse o objectivo. de facto, não haviua nenhum sentido.

talvez por isso tenha atirado o telefone ao chão...multiplas vezes, porque já não queria que me telefonassem.

foi uma boa tarde. uma tarde de nuenhum, e uma tarde de tudo.

se calhar, ainda não acabou... vou voltar para lá.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

órgão estúpido


e se o conseguir arrancar?

espetar uma faca no peito e arrancá-lo com mas minhas maos, sentindo-o a deixar de fazer parte de mim.

arrancava-o e via-o ainda a baternas minhas maos, deixando o sangue rojar do meu peito.

quero arrancá-lo e deixar de sentir, ao mesmo tempo que bate fora do meu corpo.

quero arrancá-lo e vê-lo a bater enquanto deixo de sentir.´

deixar de sentir a dor, deixar de sentir paixão, deixar de sentir tudo.

quero que fique apenas a ganancia e a sede de poder, porque essas, ele não controla.

a raivas tambem fica porque me mantem acordado, mas mais nada.

os bons sentmentos vão com ele, ficam fechados, enterrados naquele buraco que vou escavar para o deixar lá.

quero arrancá-lo, talvez não com uma faca. com uma colher. é romba, doi mais. que seja a ultima dor que eu sinto. quero sentior essa dor para não sentir mais nada.

e vou olhar para ele com os meus olhos sanguinarios enquanto o vejo a esvair-se juntamente com a restia de bondade que me resta.

vou deitar esses sentimentos fora juntamente com este órgão inutil que não fez mais nada que não tornar-me num pateta.

órgão estupido e inutil.

quero ver-te fora de mim, quero que morras para eu poder continuar. quero continuar, quero ter a raiva sanguinaria que nao me deixas ter.

quero espumar de raiva quanto te puser na mesa e esquartejar-te.

não me serves da nada, inutil.

quero-te fora, e vou por-te fora.


quarta-feira, 2 de abril de 2008

il padrino


adoro "o padrinho".

é a trilogia que mais nos mostra como os homens são homens e como tudo o que fazemos nos leva a um caminho.

michael corleone é um homem amaldiçoado.

desejoso de ser diferente do pai, acaba por seguir os mesmos passos, acabando ainda por ser ainda pior.

nesta trilogia, vemos um homem que quer ser feliz, longe da vida que o seu pai lhe ensinou, vemos um homem que ser feliz com a mulher que ama, vivendo uma vida honesta.

contudo, aquilo que muita gente vê n'O Padrinho não é apenas isso.

michael corleone não é apenas o homem que tenta fugir ao destino de ser o chefe-do-crime. ele não é apenas o homem condenado a seguir as pisadas do pai.

é mais que isso. é uma história bem mais triste.

michael corleone é o homem que durante toda a sua vida não encontrou a felicidade, é o homem que acabo por viver para o seu trabalho, para a sua família e acabou sozinho.

michael teve tudo o que um homem podia ter pedido:

teve uma família, teve o dinheiro que todos nós queremos ter, teve os carros, teve os negócios, resumindo, teve o poder.

mas foi esse poder que o corrompeu e o levou ao seu triste fim.

o triste fim de michael não é a morte, o triste fim de michael não foi não ter morrido com uma bala, como todos os gangsters acabam por morrer, de forma honrada e com respeito.

NÃO. michael fugiu às balas e morreu de velhice, mas teve um triste fim.

é que, se repararem bem, michael é um homem amaldiçoado.

agora, aquilo que poucos conseguem ver n'O padrinho é que isto não é um filme de homens. é o melhor drama romântico que alguma vez alguém podia ter escrito.

é que o destino de michael não é ser simplesmente o bom que se tornou mau.

o seu destino é muito mais fatídico:

michael é o homem que morre triste porque perdeu todas as mulhers que alguma vez amou.

é verdade. michael é um homem amaldiçoado para o amor. amou muito, amou várias mulhers, mas acabou sozinho, sem amor, sem paixão, sem a companhia que tanto almejava.

michael perdeu o seu amor quando decidiu vingar o pai.

amaldiçoada cosa nostra que o leva a fugir, perdendo amulher com quem iria ficar.

não foi aí que michael assinou o seu casamento com a máfia. foi aí que ele se compriometeu a não amar.

mas michael não cumpriu esse compromisso e pagou por isso.

casou-se na sicilia. não sei se a amou. pode ter sido apenas uma paixão de um homem que estava longe de tudo, pode ter sido a sua tentativa de fuga de uma vida que não queria abraçar. não sei, mas sei que ela ardeu à sua frente, fruto da vingança que ele despoletara.

michael volta e toma o se lugar. estava destinado a isso.

acaba por voltar a casar.

era o seu verdadeiro amor, talvez, mas estava condenado a perdê-la, também.

ela amava-o por aquilo que ele foi, mas o homem que ele era, já nãomais seria.

michael estava condenado pela Família. michael tornar-se-ia no monstro que todos vimos.

michael é um homem condenado e acaba por sofrer a penitência do seu destino.

a sua vida levou a sua mulhr a fazer um aborto. ela não suportava um filho do monstro em que o destino o tornara.

michael vê-se abandonado, michael vê-se sozinho.

michael é o homem condenado pelo amor que nenhum de nós quer ser, mas ele foi.

mesmo quando tenta uma nova vida, michael não consegue fugir do seu destino.

ele é o homem amaldiçoado que está destinado a perder tudo.

mesmo quando vê um rasgo de felicidade, michael é condenado. é abandonado por todas as mulhers que ama.

perde a namorada que se torna esposa, pela sua vida.

perde a sua mulher nas chamas da vingança que ele próprio começou.

e, por fim, acaba por perder a mulher por que arderia no inferno, a sua filha pela bala que era destinada ao seu coração.

michael é o homem amaldiçoado, é o homem condenado a viver sem amor e morrer sozinho.

michael é o homem que se deixou consumir pelo poder e acabou por ter nenhum.

ele perdeu a sua alegria, perdeu o seu poder, mas acima de tudo, acabou por perder tua aquilo que alguma vez amou...

terça-feira, 1 de abril de 2008

segunda-feira, 31 de março de 2008

conselho para os pais...


pais de todo o país e do mundo!

bem, talvez não de todo o mundo, mas pelo menos, desta parte da europa,

deixo-vos aqui um pequeno conselho que acredito ser-vos muito útil.

pais, quando decidirem vender o carro da juventude dos vossos filhos, lembrem-se de duas coisas muito importantes:

1- certifiquem-se que não estão a vender o carro em que o vosso filho aprendeu muito sobre a vida ao bêbedo da aldeia, pois é sempre bom que as lembranças daquele carro que tanto custou para deixar ir sejam espatifadas contra uma parede, e

2- certiquem-se que o idiota a quem o venderam faz a alteração do registo de propriedade.

é que, além de evitarem as chatices de vos aparecer a cartinha para pagar o selo em casa, também é útil que o carro já tenha mudado o registo para evitar receber multas de excesso de velocidade apanhado pelo radar e inibição de conduzir que pode ser uma verdadeira chatice quando nem foi o vosso querido filho a transgredir, mas o tal bêbedo da aldeia que não alterou o referido registo.

a sério, se vocês gostam dos vossos filhos e só querem o melhor para eles, tomem atenção a este conselho que vos dou.

é que pode eviat muitas dores-de-cabeça e manter a carta nas mãos de quem não fez nada para a perder.

quinta-feira, 27 de março de 2008

destino?


alguma vez se deitaram no chão, olhar para o céu e começar a pensar em coisas extremamente estúpidas ue não nos levam a lado nenhum e só fazem com que nós ainda fiquemos mais chateados conosco próprios por pensar em tamanhas idiotices?

acredito que sim.

já todos o fizemos e acredito que não poucas vezes.

pois bem, a pergunta que mais me vem à cabeça nas alturas é provavelmente aquila mais deprimente e mais estupida de todas:; "Será que existe um destino? será que tudo o que fazemos já foi mesmo escrito? será que tudo acontece por um motivo?"

pois bem, eu penso muito nestas perguntas nesses meus momentos de não fazer nenhum... e fico deprimido.

a pensar nisso, vejamos como é raciocinio estupido que daqui sai:

pois bem, se existir um destino, tudo aquilo que fazemos já está escrito. só está à espera de acontecer. até não parece muito mau, mas traz-nos aquele pequeno problema de já estar tudo traçado. por um lado até é bom. afinal de contas, encontramos a desculpa perfeita para justificar os nossos falhanços: "não fui eu que fiz merda. foi o destino. isto já estava para acontecer e eu não pude controlar."

é uma boa desculpa. até nos permite dormir mais descansados. afinal de contas, se não sou eu que controlo, posso fazer a merda que quero. se estiver destinado a correr bem, correu. se não correr, era o destino.

é claro que um gajo começa a aprofundar o assunto e fica cada vez pior.

é que, se por um lado, não podemos fugir ao destino para fazer merda, a questão é que aquele que estiver na merda e conseguir erguer um império, seja de que tipo for, também não se pode vangloriar disso. afinal de contas, era esse o destino. e é que nem pode dizer que fugiu ao destino quando estava na sarjeta e se ergueu perante todos os outros homens. é que era o seu destino.

não há forma de fugir-lhe, assim como não há forma de mudá-lo. se o mudarmos, era esse o nosso destino: mudá-lo, tornando-se assim o nosso destino.

estão a ver como é estupido quando um homem fica sozinho com os seus pensamentos?

e porque é que aparecem estes pensamentos na minha cabeça?

bem, talvez porque eu não tinha nada a fazer por aqui.

podia ter ficado no porto, em braga, podia estar, neste momento, em frança, assim como podia ter tirado outro curso qualquer - eu devia ter ido para gestão como os meus pais queriam - mas não estou.

vim para aqui e isso ainda não fez nada de bom. mas continuo aqui, ainda não sei bem porquê.

talvez seja por isso que penso nesses coisas. talvez não seja. talvez queira uma resposta para ainda aqui estar, ou talvez queira pensar que estou destinado a grandes coisas. não sei.

talvez seja o destino. talvez seja só o sol que me fez mal à cabeça...

segunda-feira, 17 de março de 2008

quero


quero meter as mãos numa trituradora...

senti-las a desfazerem-se enquanto eu sinto aquela dor.

senti-las a abrir portas para o sangue que roja da ferida sem hipotese de estancar.

quero sentir a dor de ser triturado, de me desfazer, de ser reduzido a nada.

quero sentir essa dor, quero ver esse meu sangue a esvair-se e correr para o esgoto, para o nada, para ser nada.

quero saber que dor é essa. quero senti-la, enquanto assisto a essa minha destruição.

quero gritar com essa dor, quero sentir os meus olhos a saltarem da orbita,

quero sentir o meu coração a dar de si porque já não aguenta os espasmos que o meu corpo produz enquanto é triturado.

quero desaparecer dessa forma dolorosa, enquanto que assisto ao meu fim.

quero sentir essa dor a consumir-me, quero sentir essa máquina a fazer-me desaparecer num universo de tortura, dor e desespero.

ao menos, não sentirei a dor que sinto agora.

ao menos, sentir-me-ei melhor.

domingo, 16 de março de 2008

porra...

será que estamos mesmo destinados a viver esta porcaria de vida?
será que tudo aquilo que fazemos acontece por um qualquer sentido?
será que deus tem um sentido de humor assim tão negro?

um dia, de manhã...


estava na esplanada.

pediu um café e ficou a ler o jornal.

não estava muito atento ao que lia.

na verdade, só queria parecer ocupado para que ninguém o chateasse.

o que lhe estava a saber bem eram os raios de sol a bater na cara.

era aquele calor reconfortante com que ele podia contar.

não era um momento perfeito. era apenas o momento que servia para ele se distrair um pouco.

mas, nem por isso as suas amarguras o abandonaram.

continuava a pensar no vazio em que se estava a colocar e aquela ansiedade no peito continuava lá, impedindo-o de gozar o momento.

chegou o café.

bateu a saqueta do açucar e deixou que caisse na chávena.

mexeu o café lentamente. não porque fosse essa a forma de tomar café, mas porque, simplesmente, não tinha outro sítio onde estar.

não estava a aproveitar o momento.

simplesmeste, estava a fugir dos momentos que se seguem.

o sol continuava abater-lhe na cara, mas já não trazia conforto. não estava ali bem.

a ansiedade começava a invadi-lo.

aquela sensação no seu peito já não o deixava pensar direito.

desistiu de tentar ler o jornal.

não estava a fazê-lo de qualquer forma.

olhou para o telemóvel.

três mensagens.

ninguém que lhe interessasse, ninguém a quem quissesse responder.

ela não ligava, não dizia nada. pelo menos nada que ele quisesse ouvir.

bebeu o café, deixou o dinheiro em cima da mesa.

já não queria estar ali, estava demasiado amargurado para esperar que viesse a conta.

foi embora, acompanhado pela sua solidão.

quinta-feira, 13 de março de 2008

a chatice das responsabilidades...


estou a precisar de beber.

nada de especial. só uma bebedeira como fazia em tempos idos.

preciso desse ritual: pegar na garrafa, abri-la e bebe-la. preciso que o vinho me suba lentamente à cabeça e me vá retirando o controlo, que me vá anestesiando e me deixe cair no chão sem pensar nas amarguras.

estou a precisar dessa garrafa.

ela está ali, no frio, à espera que eu a abra.

eu estou aqui, sozinho, como gosto de beber, a precisar de a beber de uma só vez sem pensar no que pode acontecer por isso.

mas não posso.

tenho a garrafa tenho a vontade, mas não posso deixar-me vencer por esse prazer.

merda esta de ter responsabilidades e não poder acordar de ressaca.

quero essa ressaca, fruto de uma noite bem bebida, resultado de um desejo cumprido.

quero essa garrafa, preciso dessa garrafa.

mas não posso.

já a desejo há muito tempo, mas não posso.

talvez amanhã...

quarta-feira, 12 de março de 2008

o que carateriza um filho-da-puta?


ao inquérito "o que caracteriza um filho-da-puta?", responderam 15 pessoas.

dessas 15, uma(6%) acredita que é o método de chegar ao topo, enquanto quatro(26%), por seu lado, defendem que é o desprezo total pelo respeito devido aos outros que motiva tal classificação.

contudo, através dos seus nove votos (60%), por maioria, parece que o filho-da-puta é aquele que fode os outros e continua a dormir descansado.

curiosamente, apenas um votante(6%) acredita que o termo se deve à liberdade de iniciativa económica e escolha de profissão escolhida pela sua mãe.

curioso...

segunda-feira, 10 de março de 2008

para quando?

quinta-feira, 6 de março de 2008

o trauma de não sermos compreendidos...

é um angustia terrível, esta de não sermos compreendidos.
pode estar tudo bem, dentro dos possíveis, e, de repente, uma palavra, ou uma expressão mal interpretada e muda todo o paradigma.
podemos não querer dizer nada com aquilo. se calhar, foi só uma expressão. acontece, mas, diz-se e está o raio do caldo entornado.
às vezes, não queremos dizer mais do que dizemos. se calhar, usa-se uma expressão porque sabemos que quem nos está a ouvir sabe que é só mais uma expressão.
e se não se compreender que era apenas isso?
aí, entornou. vem a desconfiança daquilo que poderia dizer, o medo do que podemos estar a querer fazer, a angustia por se deixar angustiado.
e, de repente, tudo aquilo que se tinha, vai-se.
porquê?
porque depois também não se pergunta realmente o que se passa.
estamos habituados a fazer o juízo de valor e acabou. temos razão e não há mais conversa.
se calhar, até devia haver.
se calhar, sentir a falta de alguém é mesmo só sentir a falta de alguém.
eu estou bem assim. não estou a pedir mais.

quarta-feira, 5 de março de 2008

terça-feira, 4 de março de 2008

preciso


será assim tão difícil?

será que é impossível agradar-te?

será que é impossível que te deixes simplesmente ser feliz?

porque é que não te deixas, simplesmente, levar e ser feliz?

seria tudo tão mais fácil. seria tudo tão melhor.

eu aguento. eu estou aqui, e vou estar sempre aqui, para te apanhar, para impedir que caias, para ser o teu suporte, mas preciso que me deixes sê-lo.

preciso que me deixes ser esse teu apoio, preciso que me permitas entar nessa tua vida, preciso que precises de mim.

eu estou aqui, para o bem e para o mal. para sorrir contigo quando estás feliz e para te aturar quando andas com os efeitos da filha-da-putice na cabeça.

estou aqui para o que for preciso.

estou aqui para que precises de mim.

mas para isso, preciso que precises de mim.

preciso que não te feches nesse teu mundo onde não me queres deixar entrar.

preciso que fales comigo, preciso que precises do meu ombro, preciso que precises.

porque, se não deixas que isso aconteça, torna-se difícil conseguir precisar, torna-se complicado.

preciso de saber que podes chorar abraçada a mim, assim como preciso que sorrias porque me vês.

não preciso de um "obrigada", mas preciso que me deixes participar, para o bem e para o mal, para te ouvir, ou para te dizer as verdades, para ser a tua almofada, ou até o teu "saco de boxe", mas preciso que precises.

preciso de um sorriso!

preciso que dês esse salto!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Quem são os loucos?


à pergunta lançada por este blog (quem são os loucos?), responderam 11 pessoas.

dessas 11, 3 (27%) responderam que somos todos nós (a), 2 (18%) responderam que são aqueles que não acreditam na sua sanidade mental (c) e 6 (54%) acreditam que são loucos aqueles que não se apercebem da sua própria loucura (d).

podemos retirar daqui algumas ilações, nomeadamente o facto de, ao julgar pelo sentido de voto, que todos nós temos uma pitada de loucura em nós mesmos.

pelos vistos, todos somos capazes de cometer loucuras, sejam elas grandes, ou pequenas e, apesar disso, às vezes, nem nos conseguimos aperceber disso.

pelos vistos, todos somos loucos, e se calhar, até devíamos estar todos internados.

é que a única hipótese que não recebeu um único voto foi precisamente a b) "os residentes do manicómio.

quererá isto dizer que eles não são loucos, ou quererá simplesmente dizer que não estão no manicómio?

não sei, mas, pelos vistos, há muito louco à solta...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

tarde estranha...

foi diferente.

ele chegou atrasado, de calças de ganga e com ar de mandar no mundo.

fomos todos para o gabinete dele.

perguntou os nomes e não mais se calou.

falava, falava e eu questionava-me acerca do momento em que podia intervir.

estava difícil. na verdade, era impossível.



fumava cigarro atrás de cigarro e ainda se pode dar ao luxo de referir o topo-de-gama que conduzia.

e continuava a falar.

dos três à sua volta, não havia um que conseguisse abrir a boca.
falou do curso, do mestrado e da forma como ia morrer entre os estudantes.
falou de ser o melhor, de só assim valer a pena e de não gostar de perder, nem que fosse a feijões.
os cigarros continuavam a acender-se e continuavamos sem abrir a boca, enquanto que falava de ser uma ave nocturna e não aparecer de manhã para trabalhar.
já me começava a chatear a situação.
já me chateava esta persona que parece só nos ter chamado lá para ter audiência.
apaixonado pela sua voz, já me parecia desde o ínicio que era, mas não deveria ele deixar-nos falar? foi para isso que lá fomos.
e eu sentia-me desconfortável dentro do meu fato azul cada vez que reparava nesta personagem de calças de ganga. "sou tão bom que não preciso de usar fato". era essa a mensagem que nos transmitia.
foi uma tarde estranha, foi uma experiência peculiar. foi...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

o filho-da-puta


o filho-da-puta acorda, sai da cama, toma banho, e já me está foder a vida.

veste-se, toma o pequeno-almoço, fuma o seu charro, e já me está a foder a vida.

mete-se no carro, vai para o trabalho, e já me está foder a vida.

o filho-da-puta fode-me constantemente a vida.

nunca falou comigo, tem uma vida paralela à minha e, mesmo assim, está-me a foder a vida.

o cabrão do filho-da-puta nunca me falou, nunca se cruzou comigo, nunca olhou para mim.

eu nunca falei com ele, nunca me cruzei com ele e, mesmo assim, a sua pura existência é uma afronta para a minha felicidade.

o filho-da-puta não precisa de fazer nada para que isso aconteça.

só existe, só vive a sua vida de merda, preocupando-se com pouco mais que os riscos no seu 1600 e pouco mais.

e, porém, nesta existência sem um mínimo de ambição, o filho-da-puta consegue estragar a minha.

eu podia ser feliz, podia trazer a felicidade a outros, podia ser a melhor pessoa possível, mas o filho-da-puta não deixa. ele paira no ar, ele paira em todo o lado e faz com que tudo se desmorone à sua volta.

à sua volta e à dos outros, porque eu não pairo no seu tacanho universo. eu não faço parte do seu círculo, não faço parte do seu emprego, e tanto quanto sei, nem faço parte da sua vida, mas, mesmo assim, mesmo sem o conhecer, o filho-da-puta consegue trazer a desgraça para os meus lados.

como é que isto pára? não sei. como é que consigo ultrapassar este problema?

não faço ideia, mas a sua existÊncia está mesmo a tornar-se um problema. só a ideia que ele existe já se torna um entrave para que possa sequer pensar em ser feliz.

o filho-da-puta não deixa.

primeiro, destrói. depois, esmigalha os restos que ainda estavam mais-ou-menos inteiros.

ele alimenta-se do sange dos outros.

alimenta-se do pesadelo alheio.

o filho-da-puta está feliz, mas só porque os outros estão na merda.

o filho-da-puta, na sua hora de almoço, continua a foder-me a vida.

nem precisa de se esforçar.

basta que apareça na cabeça de alguém qe já cumpriu o seu objectivo.

talvez um dia nos consigamos livrar do filho-da-puta.

talvez o filho-da-puta se consiga livrar de mim...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

where do bad folks go when they die?

para onde será que vamos?

será que existe mesmo esssa coisa de um paraíso?

às vezes, penso nisto.

não que acredite que, a existir, eu tenho lugar lá, mas questiono-me o que será o paraíso.

afinal de contas, todos acreditamos que morremos e vamos para um lugar melhor, mas é uma ideia tão subjectiva que eu não consigo acreditar nela.

gsotamos de acreditar que, morrendo e indo parar a esse paraíso, será como se tudo o que sempre desejamos na terra e nunca realmente conseguimos ter.

mas vejamos, não são todas as pessoas diferentes, com ideias diferentes e concepções distintas do que desejam?

então, será o paraíso o céu do hans sebastian, onde ouvimos música de harpa durante o dia todo, num campo verde onde não se sente nada que não o sol morno a bater-nos na cara enquanto nos espreguiçamos ao mesmo tempo que deusas gregas nos alimentam com uvas na boca?

ou será que vamos encontrar o paraíso do manel trolha onde nos sentamos num sofá o dia todo, com uma quantidade infinita de cerveja gelada no frigorífico enquanto comemos quantidades industriais de pizza e vemos futebol o dia todo num plasma gigante sem nos preocuparmos com os restos que caem no chão porque a nossa maria não grita conosco?

tenho que admitir que não sei o que é o paraíso, nem gostaria de passar a eternidade em nenhum dos exemplos que acabei de dar.

é claro que isto do paraíso, seja lá o que for, tem sempre os seus contratempos.

ao que parece, também se trata o paraíso de uma desses discotecas onde se reserva o direito de admissão e onde só os bonzinhos é que entram.

porra, já me fodi.

é que não sou tão bonzinho quanto isso.

a chatice da ideia do paraíso, o nirvana, o céu, o que lhe quiserem chamar é que traz sempre subjacente uma ideia de inferno para onde vão aqueles que não foram admitidos no primeiro.

mais uma vez, questiono-me: o que é o inferno?

toda a gente parece concordar que é um sitio de dor e sofrimento onde se expia pelos nossos pecados.

bem, então agora, digam-me, como é que é o inferno de um masoquista?

é que há sempre as suas disparidades, tal como no céu.

pois bem, tantas ideias e o mais certo é que, um dia, não vamos para lado nenhum.

morremos e acaba ali, sem direito a segunda oportunidade ou pôr mais uma moedinha. é que, a ver bem, toda a gente fala do inferno e do céu, mas ninguém os sabe definir de forma a que todos acreditem.

talvez esteja errado. talvez exista, talvez haja harpas e cerveja, talvez haja um céu e um inferno.

a existirem, não me parece que consiga ser admitido nessa discoteca de harpas e campos verdes.

provavelmente, não é para aí que vou.

provavelmente, lá vou ter que me habituar à ideia de passar a sofrer duarante toda a eternidade.

de qualquer forma, sei que não que não vai ser muito diferente.

afinal de contas, encontramo-nos a todos lá em baixo.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

crónica do filho-da-puta


a filha da putice anda por todo o lado.

em casa, no trabalho, nas provas que prestamos...

isto de ser filho-da-puta tem muito que se lhe diga.

não é só chegar e dizer "ah e tal, eu sou um filho-da-puta".

para se ser um filho-da-puta, pelo menos daqueles que se prezem, não é necessário dizer que se é um.

é necessário, sim, demonstrar que se é um, e daqueles com qualidade.

é necessário ser um merdas de primeira e rebaixar constantemente os outros.

se os pusermos em lágrimas e dermos a entender, muito disfarçadamente, que somos melhores que eles, já é um bom começo.

mas o que é realmente importante é que se deixem os outros completamene na merda, lavados em lágrimas e com duvidas acerca das suas capacidades, intelectuais e sociais, e depois ir para casa dormir o sono dos justos.

sim, porque os filhos-da-puta também dormem o sono dos justos.

não são justos, mas o sono tem de se aplicar por analogia.

afinal de contas, o filho-da-puta que exerça a sua filha-da-putice e depois não durma descansado não é bem um filho-da-puta.

no máximo, será um aspirante a tal.

é necessário cagar nos outros e andar.

é necessário tratar os outros abaixo de cão, usá-los, deitar fora de forma praticamente automática, sem remorsos.

ai do filho-da-puta que sinta remorsos. demonstra logo que não é um verdadeiro filho da puta e, mal se encontre desprevenido, já está a ser fodido por filhos-da-puta a sério.

sim , porque eles são como os chacais. atacam a vítima mais próxima e indefesa.

regras de conduta entre filhos-da-puta?

existem.

então, e atacam-se uns aos outros?

obviamente que não.

se um filho-da-puta exerce a sua filha-da-putice contra outro filho-da-puta, na verdade, a sua vitima não era verdadeiramente um filho-da-puta.

caso contrário, não só se defendia como ripostava de formas inimaginaveis.

se se deixou ser vítima, não era um filho-da-puta. no máximo, era um aspirante, e esses também, mais até do que os outros, também merecem ser pisados.

esses meninos que tentam ascender àquele patamar elevado que é dos filhos-da-puta... devem ser logo as primeiras e mais exemplares vitimas.

isto de ser filho-da-puta tem muito que se lhe diga.

e não é qualquer um que aspira a sê-lo...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008


somos doentes.

de quê?

não sei. depende de cada um.

há aqueles que são doentes por futebol, há aqueles que são doentes por chocolates.

depois, há aqueles que são doentes com coisas sérias. ou será que devo dizer que há aqules que são seriamente doentes?

serão eles, seremos nós loucos?

não sei.

todos temos essa loucura dentro de nós, todos temos esse instinto cá dentro...

ser doente por algo pode ser mau. é uma loucura, e daí, talvez seja o que precisamos, mas será que não doi?

será que essa loucura não magoa?

será que essa loucura não nos leva ao fundo?

então, e se nos levar ao fundo, não nos consegue erguer?

será que não nos podemos levantar na nossa loucura?

será que não é essa loucura que nos mantem vivos?

até pode ser que não nos mantenha vivos, mas, certamente, é essa loucura que nos faz sentir vivos.

é essa loucuraque nos impele a fazer algo, a ser doidos, a fazer aquilo que não faríamos.

essa loucura é boa.

pode não o ser aos olhos dos outros, mas, certamente, o será aos olhos d'O Louco.

e quem é que não tem um bocadinho de loucura dentro de si?

quem é que não se atreve a perder a cabeça, de vez em quando, e mostrar-se como é?

O Louco somos todos nós.

uns mais, outros menos, mas somos nós.

e não me refiro àqueles que estão nos hospício.

refiro-me aso loucos que andam por aí, livremente.

talvez devessemos ser nós a ser internados. não sei, mas sei que loucura existe, e existe em todos nós.

O Louco


Todos temos um pouco de louco dentro de nós!
Todos temos uma leve esperança de poder mostrar essa loucura e ser aquilo que não conseguimos lá fora!
Todos temos a capacidade de perder o juízo, de se soltar e dizer tudo o que quer.
estes são novos mementos de loucura...