estou a precisar de beber.
nada de especial. só uma bebedeira como fazia em tempos idos.
preciso desse ritual: pegar na garrafa, abri-la e bebe-la. preciso que o vinho me suba lentamente à cabeça e me vá retirando o controlo, que me vá anestesiando e me deixe cair no chão sem pensar nas amarguras.
estou a precisar dessa garrafa.
ela está ali, no frio, à espera que eu a abra.
eu estou aqui, sozinho, como gosto de beber, a precisar de a beber de uma só vez sem pensar no que pode acontecer por isso.
mas não posso.
tenho a garrafa tenho a vontade, mas não posso deixar-me vencer por esse prazer.
merda esta de ter responsabilidades e não poder acordar de ressaca.
quero essa ressaca, fruto de uma noite bem bebida, resultado de um desejo cumprido.
quero essa garrafa, preciso dessa garrafa.
mas não posso.
já a desejo há muito tempo, mas não posso.
talvez amanhã...
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