para onde será que vamos?
será que existe mesmo esssa coisa de um paraíso?
às vezes, penso nisto.
não que acredite que, a existir, eu tenho lugar lá, mas questiono-me o que será o paraíso.
afinal de contas, todos acreditamos que morremos e vamos para um lugar melhor, mas é uma ideia tão subjectiva que eu não consigo acreditar nela.
gsotamos de acreditar que, morrendo e indo parar a esse paraíso, será como se tudo o que sempre desejamos na terra e nunca realmente conseguimos ter.
mas vejamos, não são todas as pessoas diferentes, com ideias diferentes e concepções distintas do que desejam?
então, será o paraíso o céu do hans sebastian, onde ouvimos música de harpa durante o dia todo, num campo verde onde não se sente nada que não o sol morno a bater-nos na cara enquanto nos espreguiçamos ao mesmo tempo que deusas gregas nos alimentam com uvas na boca?
ou será que vamos encontrar o paraíso do manel trolha onde nos sentamos num sofá o dia todo, com uma quantidade infinita de cerveja gelada no frigorífico enquanto comemos quantidades industriais de pizza e vemos futebol o dia todo num plasma gigante sem nos preocuparmos com os restos que caem no chão porque a nossa maria não grita conosco?
tenho que admitir que não sei o que é o paraíso, nem gostaria de passar a eternidade em nenhum dos exemplos que acabei de dar.
é claro que isto do paraíso, seja lá o que for, tem sempre os seus contratempos.
ao que parece, também se trata o paraíso de uma desses discotecas onde se reserva o direito de admissão e onde só os bonzinhos é que entram.
porra, já me fodi.
é que não sou tão bonzinho quanto isso.
a chatice da ideia do paraíso, o nirvana, o céu, o que lhe quiserem chamar é que traz sempre subjacente uma ideia de inferno para onde vão aqueles que não foram admitidos no primeiro.
mais uma vez, questiono-me: o que é o inferno?
toda a gente parece concordar que é um sitio de dor e sofrimento onde se expia pelos nossos pecados.
bem, então agora, digam-me, como é que é o inferno de um masoquista?
é que há sempre as suas disparidades, tal como no céu.
pois bem, tantas ideias e o mais certo é que, um dia, não vamos para lado nenhum.
morremos e acaba ali, sem direito a segunda oportunidade ou pôr mais uma moedinha. é que, a ver bem, toda a gente fala do inferno e do céu, mas ninguém os sabe definir de forma a que todos acreditem.
talvez esteja errado. talvez exista, talvez haja harpas e cerveja, talvez haja um céu e um inferno.
a existirem, não me parece que consiga ser admitido nessa discoteca de harpas e campos verdes.
provavelmente, não é para aí que vou.
provavelmente, lá vou ter que me habituar à ideia de passar a sofrer duarante toda a eternidade.
de qualquer forma, sei que não que não vai ser muito diferente.
afinal de contas, encontramo-nos a todos lá em baixo.
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