segunda-feira, 31 de março de 2008

conselho para os pais...


pais de todo o país e do mundo!

bem, talvez não de todo o mundo, mas pelo menos, desta parte da europa,

deixo-vos aqui um pequeno conselho que acredito ser-vos muito útil.

pais, quando decidirem vender o carro da juventude dos vossos filhos, lembrem-se de duas coisas muito importantes:

1- certifiquem-se que não estão a vender o carro em que o vosso filho aprendeu muito sobre a vida ao bêbedo da aldeia, pois é sempre bom que as lembranças daquele carro que tanto custou para deixar ir sejam espatifadas contra uma parede, e

2- certiquem-se que o idiota a quem o venderam faz a alteração do registo de propriedade.

é que, além de evitarem as chatices de vos aparecer a cartinha para pagar o selo em casa, também é útil que o carro já tenha mudado o registo para evitar receber multas de excesso de velocidade apanhado pelo radar e inibição de conduzir que pode ser uma verdadeira chatice quando nem foi o vosso querido filho a transgredir, mas o tal bêbedo da aldeia que não alterou o referido registo.

a sério, se vocês gostam dos vossos filhos e só querem o melhor para eles, tomem atenção a este conselho que vos dou.

é que pode eviat muitas dores-de-cabeça e manter a carta nas mãos de quem não fez nada para a perder.

quinta-feira, 27 de março de 2008

destino?


alguma vez se deitaram no chão, olhar para o céu e começar a pensar em coisas extremamente estúpidas ue não nos levam a lado nenhum e só fazem com que nós ainda fiquemos mais chateados conosco próprios por pensar em tamanhas idiotices?

acredito que sim.

já todos o fizemos e acredito que não poucas vezes.

pois bem, a pergunta que mais me vem à cabeça nas alturas é provavelmente aquila mais deprimente e mais estupida de todas:; "Será que existe um destino? será que tudo o que fazemos já foi mesmo escrito? será que tudo acontece por um motivo?"

pois bem, eu penso muito nestas perguntas nesses meus momentos de não fazer nenhum... e fico deprimido.

a pensar nisso, vejamos como é raciocinio estupido que daqui sai:

pois bem, se existir um destino, tudo aquilo que fazemos já está escrito. só está à espera de acontecer. até não parece muito mau, mas traz-nos aquele pequeno problema de já estar tudo traçado. por um lado até é bom. afinal de contas, encontramos a desculpa perfeita para justificar os nossos falhanços: "não fui eu que fiz merda. foi o destino. isto já estava para acontecer e eu não pude controlar."

é uma boa desculpa. até nos permite dormir mais descansados. afinal de contas, se não sou eu que controlo, posso fazer a merda que quero. se estiver destinado a correr bem, correu. se não correr, era o destino.

é claro que um gajo começa a aprofundar o assunto e fica cada vez pior.

é que, se por um lado, não podemos fugir ao destino para fazer merda, a questão é que aquele que estiver na merda e conseguir erguer um império, seja de que tipo for, também não se pode vangloriar disso. afinal de contas, era esse o destino. e é que nem pode dizer que fugiu ao destino quando estava na sarjeta e se ergueu perante todos os outros homens. é que era o seu destino.

não há forma de fugir-lhe, assim como não há forma de mudá-lo. se o mudarmos, era esse o nosso destino: mudá-lo, tornando-se assim o nosso destino.

estão a ver como é estupido quando um homem fica sozinho com os seus pensamentos?

e porque é que aparecem estes pensamentos na minha cabeça?

bem, talvez porque eu não tinha nada a fazer por aqui.

podia ter ficado no porto, em braga, podia estar, neste momento, em frança, assim como podia ter tirado outro curso qualquer - eu devia ter ido para gestão como os meus pais queriam - mas não estou.

vim para aqui e isso ainda não fez nada de bom. mas continuo aqui, ainda não sei bem porquê.

talvez seja por isso que penso nesses coisas. talvez não seja. talvez queira uma resposta para ainda aqui estar, ou talvez queira pensar que estou destinado a grandes coisas. não sei.

talvez seja o destino. talvez seja só o sol que me fez mal à cabeça...

segunda-feira, 17 de março de 2008

quero


quero meter as mãos numa trituradora...

senti-las a desfazerem-se enquanto eu sinto aquela dor.

senti-las a abrir portas para o sangue que roja da ferida sem hipotese de estancar.

quero sentir a dor de ser triturado, de me desfazer, de ser reduzido a nada.

quero sentir essa dor, quero ver esse meu sangue a esvair-se e correr para o esgoto, para o nada, para ser nada.

quero saber que dor é essa. quero senti-la, enquanto assisto a essa minha destruição.

quero gritar com essa dor, quero sentir os meus olhos a saltarem da orbita,

quero sentir o meu coração a dar de si porque já não aguenta os espasmos que o meu corpo produz enquanto é triturado.

quero desaparecer dessa forma dolorosa, enquanto que assisto ao meu fim.

quero sentir essa dor a consumir-me, quero sentir essa máquina a fazer-me desaparecer num universo de tortura, dor e desespero.

ao menos, não sentirei a dor que sinto agora.

ao menos, sentir-me-ei melhor.

domingo, 16 de março de 2008

porra...

será que estamos mesmo destinados a viver esta porcaria de vida?
será que tudo aquilo que fazemos acontece por um qualquer sentido?
será que deus tem um sentido de humor assim tão negro?

um dia, de manhã...


estava na esplanada.

pediu um café e ficou a ler o jornal.

não estava muito atento ao que lia.

na verdade, só queria parecer ocupado para que ninguém o chateasse.

o que lhe estava a saber bem eram os raios de sol a bater na cara.

era aquele calor reconfortante com que ele podia contar.

não era um momento perfeito. era apenas o momento que servia para ele se distrair um pouco.

mas, nem por isso as suas amarguras o abandonaram.

continuava a pensar no vazio em que se estava a colocar e aquela ansiedade no peito continuava lá, impedindo-o de gozar o momento.

chegou o café.

bateu a saqueta do açucar e deixou que caisse na chávena.

mexeu o café lentamente. não porque fosse essa a forma de tomar café, mas porque, simplesmente, não tinha outro sítio onde estar.

não estava a aproveitar o momento.

simplesmeste, estava a fugir dos momentos que se seguem.

o sol continuava abater-lhe na cara, mas já não trazia conforto. não estava ali bem.

a ansiedade começava a invadi-lo.

aquela sensação no seu peito já não o deixava pensar direito.

desistiu de tentar ler o jornal.

não estava a fazê-lo de qualquer forma.

olhou para o telemóvel.

três mensagens.

ninguém que lhe interessasse, ninguém a quem quissesse responder.

ela não ligava, não dizia nada. pelo menos nada que ele quisesse ouvir.

bebeu o café, deixou o dinheiro em cima da mesa.

já não queria estar ali, estava demasiado amargurado para esperar que viesse a conta.

foi embora, acompanhado pela sua solidão.

quinta-feira, 13 de março de 2008

a chatice das responsabilidades...


estou a precisar de beber.

nada de especial. só uma bebedeira como fazia em tempos idos.

preciso desse ritual: pegar na garrafa, abri-la e bebe-la. preciso que o vinho me suba lentamente à cabeça e me vá retirando o controlo, que me vá anestesiando e me deixe cair no chão sem pensar nas amarguras.

estou a precisar dessa garrafa.

ela está ali, no frio, à espera que eu a abra.

eu estou aqui, sozinho, como gosto de beber, a precisar de a beber de uma só vez sem pensar no que pode acontecer por isso.

mas não posso.

tenho a garrafa tenho a vontade, mas não posso deixar-me vencer por esse prazer.

merda esta de ter responsabilidades e não poder acordar de ressaca.

quero essa ressaca, fruto de uma noite bem bebida, resultado de um desejo cumprido.

quero essa garrafa, preciso dessa garrafa.

mas não posso.

já a desejo há muito tempo, mas não posso.

talvez amanhã...

quarta-feira, 12 de março de 2008

o que carateriza um filho-da-puta?


ao inquérito "o que caracteriza um filho-da-puta?", responderam 15 pessoas.

dessas 15, uma(6%) acredita que é o método de chegar ao topo, enquanto quatro(26%), por seu lado, defendem que é o desprezo total pelo respeito devido aos outros que motiva tal classificação.

contudo, através dos seus nove votos (60%), por maioria, parece que o filho-da-puta é aquele que fode os outros e continua a dormir descansado.

curiosamente, apenas um votante(6%) acredita que o termo se deve à liberdade de iniciativa económica e escolha de profissão escolhida pela sua mãe.

curioso...

segunda-feira, 10 de março de 2008

para quando?

quinta-feira, 6 de março de 2008

o trauma de não sermos compreendidos...

é um angustia terrível, esta de não sermos compreendidos.
pode estar tudo bem, dentro dos possíveis, e, de repente, uma palavra, ou uma expressão mal interpretada e muda todo o paradigma.
podemos não querer dizer nada com aquilo. se calhar, foi só uma expressão. acontece, mas, diz-se e está o raio do caldo entornado.
às vezes, não queremos dizer mais do que dizemos. se calhar, usa-se uma expressão porque sabemos que quem nos está a ouvir sabe que é só mais uma expressão.
e se não se compreender que era apenas isso?
aí, entornou. vem a desconfiança daquilo que poderia dizer, o medo do que podemos estar a querer fazer, a angustia por se deixar angustiado.
e, de repente, tudo aquilo que se tinha, vai-se.
porquê?
porque depois também não se pergunta realmente o que se passa.
estamos habituados a fazer o juízo de valor e acabou. temos razão e não há mais conversa.
se calhar, até devia haver.
se calhar, sentir a falta de alguém é mesmo só sentir a falta de alguém.
eu estou bem assim. não estou a pedir mais.

quarta-feira, 5 de março de 2008

terça-feira, 4 de março de 2008

preciso


será assim tão difícil?

será que é impossível agradar-te?

será que é impossível que te deixes simplesmente ser feliz?

porque é que não te deixas, simplesmente, levar e ser feliz?

seria tudo tão mais fácil. seria tudo tão melhor.

eu aguento. eu estou aqui, e vou estar sempre aqui, para te apanhar, para impedir que caias, para ser o teu suporte, mas preciso que me deixes sê-lo.

preciso que me deixes ser esse teu apoio, preciso que me permitas entar nessa tua vida, preciso que precises de mim.

eu estou aqui, para o bem e para o mal. para sorrir contigo quando estás feliz e para te aturar quando andas com os efeitos da filha-da-putice na cabeça.

estou aqui para o que for preciso.

estou aqui para que precises de mim.

mas para isso, preciso que precises de mim.

preciso que não te feches nesse teu mundo onde não me queres deixar entrar.

preciso que fales comigo, preciso que precises do meu ombro, preciso que precises.

porque, se não deixas que isso aconteça, torna-se difícil conseguir precisar, torna-se complicado.

preciso de saber que podes chorar abraçada a mim, assim como preciso que sorrias porque me vês.

não preciso de um "obrigada", mas preciso que me deixes participar, para o bem e para o mal, para te ouvir, ou para te dizer as verdades, para ser a tua almofada, ou até o teu "saco de boxe", mas preciso que precises.

preciso de um sorriso!

preciso que dês esse salto!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Quem são os loucos?


à pergunta lançada por este blog (quem são os loucos?), responderam 11 pessoas.

dessas 11, 3 (27%) responderam que somos todos nós (a), 2 (18%) responderam que são aqueles que não acreditam na sua sanidade mental (c) e 6 (54%) acreditam que são loucos aqueles que não se apercebem da sua própria loucura (d).

podemos retirar daqui algumas ilações, nomeadamente o facto de, ao julgar pelo sentido de voto, que todos nós temos uma pitada de loucura em nós mesmos.

pelos vistos, todos somos capazes de cometer loucuras, sejam elas grandes, ou pequenas e, apesar disso, às vezes, nem nos conseguimos aperceber disso.

pelos vistos, todos somos loucos, e se calhar, até devíamos estar todos internados.

é que a única hipótese que não recebeu um único voto foi precisamente a b) "os residentes do manicómio.

quererá isto dizer que eles não são loucos, ou quererá simplesmente dizer que não estão no manicómio?

não sei, mas, pelos vistos, há muito louco à solta...